sábado, 2 de julho de 2011

 



No blog é apresentada uma parte da matéria de psicologia do desenvolvimento que foi dada nas aulas. Ficará muito por explicar..

Experiência precoce

Que influência tem a aprendizagem no nosso desenvolvimento? Onde acaba a aprendizagem e começa a maturação?
    É difícil separar o efeito de cada um ou mesmo saber qual tem mais influência relativamente ao desenvolvimento psicológico. A verdade é que a aprendizagem precoce ajuda no desenvolvimento de uma criança, mas só a maturação determina quando está preparado para avançar no processo de desenvolvimento.
    Podemos observar isso mesmo a partir de um exemplo dado pela professora na aula de psicologia do desenvolvimento. As crianças desde cedo são estimuladas a caminhar, através do gatinhar ou da insistência dos pais para que se mantenham de pé e as crianças começam realmente a caminhar em determinada idade, geralmente, entre os 13 e 18 meses. No entanto crianças dos índios Hopis são mantidos nos seus berços durante os 3 primeiros meses da sua vida com muito pouca estimulação muscular começam a caminhar com a mesma idade que as outras crianças. Isto porque é necessário a maturidade neural e muscular devida para que as capacidades motoras se desenvolvam.
Isto significa que a capacidade de andar  é inata no ser humano, no entanto é preciso o tempo necessário para que o bebé se desenvolva para ser capaz de exercer essas mesmas actividades. 


Projecto de Treino Precoce

    Este projecto teve início em 1962 e estuda o crescimento e desenvolvimento de crianças com ligeiros atrasos psicológicos e com idades entre os 4-5 anos.
    O estudo é feito com 90 crianças que são divididos em dois grupos. o primeiro grupo é submetido a determinados tratamentos a fim de uma maior e melhor evolução,o enquanto que o outro serve apenas de controlo.
    O programa envolve visitas semanais por parte da equipa a casa das crianças durante todo o ano e ainda, no verão, durante 10 semanas as crianças são integradas em pré-escolas durante parte do dia. Este programa dura 2-3 anos, a partir daí o desenvolvimento da criança dá-se naturalmente.
    Quando estas crianças atingem os 18 anos de idade são feitas as comparações finais entre os dois grupos e o que se verifica é que o grupo sujeito a tratamentos passou a necessitar de menos assistência a nível educacional.
    O objectivo deste programa influenciar positivamente a evolução destas crianças através de alteração de atitudes e aumento das aptidões destas crianças.
    No nosso ponto de vista este projecto teve um impacto positivo no desenvolvimento destas crianças uma vez que a longo prazo trás bastantes benefícios para o nível cognitivo da criança.

Fim de vida: morte e luto


A reacção à morte depende do contexto. No caso da morte oportuna, a pessoa morre quando tal deveria previsivelmente ocorrer, e os que devem suportar o luto não se surpreendem com a morte. No caso da morte inoportuna, refere-se a:
à- -->    Morte prematura de pessoa muito jovem;
à- -->   Morte súbita, inesperada; ou
à- -->   Morte catastrófica, associada a acidentes ou actos de violência, vista como absurda.
A morte também pode ser intencional (a pessoa exerce papel em seu suicídio) e sub-intencional (apressada por maus hábitos). A morte pode ter muitos significados psicológicos, podendo ter papel de uma metáfora ou ser vista como castigo.
O luto é uma resposta normal e manifesta-se, inicialmente, por um estado de choque, caracterizado por entorpecimento e completo atordoamento. Seguem-se expressões de desespero ou outras expressões de dor, como: sentimento de fraqueza, diminuição do apetite, perda de peso, dificuldade para concentrar-se, respirar e falar, perturbações do sono. Auto-recriminações podem ocorrer mas são mais comuns e intensas no luto patológico. Ocorrem formas de negação durante todo o período de luto, a pessoa age como se a perda não tivesse ocorrido. A pessoa pode sentir a presença do falecido tão forte a ponto de ter ilusões ou alucinações.
 As diversas manifestações de tristeza tendem a se tornar menos intensas, com o passar do tempo. A tristeza do luto estende-se, tradicionalmente, por 1 ou 2 anos, à medida que a pessoa tem a oportunidade de experimentar todo um calendário anual sem a presença da pessoa falecida.

Envelhecimento



De facto, a nossa população não só em Portugal, mas pelo mundo tem vindo a envelhecer. Tudo isto, porque cada vez mais tarde os casais têm filhos, havendo assim uma diminuição da população jovem. Isto deve-se essencialmente a uma baixa taxa de natalidade, ao casamento tardio, à emancipação da mulher e participação no mercado de trabalho, à generalização dos métodos contraceptivos….
Segundo uma noticia publicada no Diário de Noticias, Portugal pode perder um elevado numero de habitantes até 2100, o que torna este acontecimento preocupante.




Desenvolvimento do adulto e do trabalho

Neste desenvolvimento, pode-se dividir em três períodos:  o primeiro é o período de entrada e exploração no mundo do trabalho, onde o indivíduo se dá conta da grande distância existente entre as aprendizagens escolares e as que são requeridas para a prática profissional (20-35 anos); 2) o segundo período é caracterizado pelo processo reflexivo do indivíduo acerca do seu percurso profissional ajudando-o a definir o seu próprio caminho pessoal (35-50 anos); 3) no terceiro período o adulto procura criar as condições para uma retirada proveitosa do mundo trabalho. Ao longo destes três períodos, o adulto vai atravessando nove etapas que se alternam segundo um ciclo de questionamento e estabilização: a vida adulta é, pois, caracterizada por um constante dinamismo.

Desenvolvimento ao longo da vida adulta


     Este desenvolvimento acentua o facto de se poder identificar períodos de transição e mudança na vida da pessoa, estando esses períodos ligados não só à idade do indivíduo, como também às expectativas sociais que envolvem o mesmo.
Jovem adulto
Meia Idade
Velhice
1.      Entrada no mundo adulto (22-28 anos);
2.       Transição dos 30 anos (28-33 anos); 
3.      Estabilização (33-40 anos)

1.      Transição para a meia idade (40-45 anos);
2.      Entrada na meia idade (45-50 anos) ;
3.      Transição dos 50 anos (50-55 anos);
4.      Culminar da meia idade (55-60 anos)
1.      Transição para a velhice (60-65 anos);
2.      Velhice


    A nosso ver, a vida adulta é composta por períodos de transição e integração, a que correspondem mudanças na forma de ele se ver a si próprio, o mundo e os outros. Nestes períodos de transição na vida da pessoa, os papéis (casamento, nascimento de filhos, divórcio, viuvez, etc.) que o indivíduo assume têm crucial importância.
     Na vida adulta, dá-se uma grande importância ao próprio ser, pensasse no futuro, no trabalho, na família, no amor, é uma vida de responsabilidades, onde somos os responsáveis dos nossos actos, quer sejam bons ou maus, somos nós quem tem de enfrentar as consequências.

Desenvolvimento pessoal



Estádios nas diferentes etapas da vida


Erikson propõe que o desenvolvimento ocorre ao longo de toda a vida e é influenciado pelas características dos contextos sociais em que o indivíduo está inserido. Na sociedade, existem oito tarefas (8 estádios psicossociais) com as quais as pessoas têm de lidar em todos os estádios do seu desenvolvimento. No entanto, em cada estádio, há um predomínio de uma tarefa, que assume a forma de um conflito ou crise (psicossocial) entre duas dimensões (uma positiva e uma negativa), induzido pela interacção entre as exigências da sociedade e as características do indivíduo. Neste momento de crise o indivíduo cresce psicologicamente e a forma como resolveu os diversos conflitos vai afectar a forma como lida com eles no presente e no futuro.
Na nossa opinião, estes estádios correspondem à realidade, pelo que nós passamos pela vida, e vemos o mundo e as pessoas à nossa volta. Estes estádios impõem-se no dia-a-dia, todos nós passamos por diferentes fases de desenvolvimento, uma delas é o pessoal, o que está mais relacionado com a nossa forma de ser. As nossas etapas da vida, como ultrapassamos, o porquê de sermos de certa forma.


Estádios
Confiança vs.
Desconfiança
(até aos 18 meses)
Este estádio é marcado pela relação que o bebé estabelece com a mãe: se é compensadora, a criança sente-se segura manifestando uma atitude de confiança face ao mundo, se não é satisfatória desenvolve sentimentos que conduzem ao medo/desconfiança em relação aos outros.
Autonomia vs.
Dúvida e Vergonha
(18 meses-3 anos)
Se é encorajada a criança explora o mundo autonomamente; se é muito controlada pelos outros, sente dúvida (precisa da sua aprovação) e vergonha.
Iniciativa vs. Culpa
(3-6 anos)
A criança obtém prazer da realização de actividades por iniciativa própria; se é muito punida, sente-se culpada por agir de acordo com os seus desejos.
Indústria vs.
Inferioridade
(6-12 anos)
Na escola, a criança desenvolve aprendizagens (escolares, sociais…), que podem fazê-la sentir que é competente ou que é menos capaz que os colegas.
Identidade vs.
Difusão/Confusão
(12-18/20 anos)
O adolescente procura saber quem é (construção da identidade) em que quer tornar-se; pode também ficar confuso face a tantas possibilidades, sem saber o que quer, como agir, que pessoa é (confusão de identidade e de papéis).
Intimidade vs.
Isolamento
(18/20-30 e tal anos)
O jovem adulto pode estabelecer relações de proximidade e partilha com pessoas íntimas ou pode distanciar-se e fechar-se.
Generatividade vs. Estagnação
(30 e tal – 60 e tal)
O conflito centra-se na expansão das potencialidades de adulto e na sua transmissão aos outros; pode tornar-se inactivo, por exemplo, se acha que não consegue ou que não tem nada de interessante para transmitir.
Integridade vs. Desespero
(mais de 65 anos)
As pessoas fazem um balanço da sua vida: positivo ou negativo (consideram que a desperdiçaram e vêem com desespero que o fim está próximo.


A família tem um papel decisivo no processo de socialização, isto é, no processo de integração do indivíduo na sociedade. É neste grupo que a criança aprende os comportamentos, valores, normas e atitudes vigentes numa dada sociedade. A família tem, portanto, um papel fundamental como agente de socialização, ao dotar a criança de todo um conjunto de conhecimentos e comportamentos que lhe permitirão dar respostas adequadas às situações sociais, como os comportamentos, valores, normas e atitudes. É através da interacção mãe-bebé que a criança aprende a atribuir significados aos comportamentos dos outros e às situações. As características desta relação precoce entre a mãe e o bebé, vão ter uma grande influência no desenvolvimento futuro da criança: na sua personalidade, auto-estima, confiança em si própria, na forma como se relacionará com os outros e o modo como encarará as situações. Freud e Erikson consideraram muito importante esta relação no processo de desenvolvimento humano.
 Em baixo encontram-se dois vídeos, o primeiro faz um resumo da teoria de Erickon, e o segundo mostra o ciclo de vida completo, através de imagens (Erikson).





Desenvolvimento motor e desenvolvimento sensorial



Esta imagem representa, em resumo, as etapas de desenvolvimento motor de uma criança.


Quando uma criança nasce, todos os que o rodeiam, têm uma tendência natural para começar a falar com ela, a sorrir-lhe e a fazer todo o tipo de expressões. Mas será que já se perguntaram se a criança consegue perceber qualquer tipo de gestos que lhe são dirigidos?
               
Este foi mais um dos temas tratados nas aulas de Psicologia do Desenvolvimento. Os sentidos de uma criança, nomeadamente, o paladar o olfacto, a audição e a visão, não lhe são inatos à nascença, a criança passa por vários processos de adaptação para os desenvolver. A este conjunto de processos dá-se o nome de Desenvolvimento Sensorial.
Há três sentidos que o bebé desenvolve ainda no período de gestação dentro do útero. São eles o paladar que, é notório desde cedo, pois criança alimenta-se do leite da mãe e sabe distinguir o seu sabor, por exemplo, se lhe derem água o bebé recusa, porque nota a diferença.
O olfacto é também um destes três sentidos que se desenvolvem cedo, ainda no período embrionário o recém-nascido consegue distinguir odores experienciados pela mãe.
A visão é o terceiro destes sentidos que se desenvolve ainda no útero. Quando nascem, os bebés já possuem audição, suficientemente apurada para serem capazes de descriminar o que gostam de ouvir sendo que no topo da lista de preferências está a voz da mãe.
Quanto à visão, ela é muito primitiva no nascimento, uma vez que é a única que não recebe estimulação durante a gestação. Assim sendo, à nascença a criança consegue ver, no entanto só consegue distinguir manchas que são a preto e branco não portanto, conseguindo focar os olhos. A definição das formas só acontece com o passar do tempo, à medida que, também a distinção das cores começa a ser-lhe possível mas só com um ano de idade é que o bebé consegue coordenar o movimento dos olhos com os movimentos do corpo.

Sigmund Freud


Nascido no ano de 1856 em Freiberg, na Morávia, Sigmund Freud é considerado o pai da psicanálise. Estudou medicina na Universidade de Viena e desde cedo se especializou em neurologia. Os seus estudos foram os pioneiros acerca do inconsciente humano e suas motivações. Ele, durante muito tempo (de fins do século passado até início do nosso século), trabalhou na elaboração da psicanálise.
O seu objecto de estudo é o inconsciente.
1- hipnose 2- interpretação de sonhos 3- associação livre 4-actos falhados 5-transferência
Existência de actividade física inconsciente:
ID à desejos. Não obedece à lógica nem à moral
EGO à operações lógicas, raciocínio
SUPEREGO à castiga o ego quando aceita impulsos vindos do Id

A psicanálise centra-se no estudo do inconsciente, utilizando o método psicanalítico e as suas técnicas. Freud veio introduzir, na Psicologia, dois conceitos importantes: o inconsciente e a sexualidade infantil. Por um lado, apresentou o psíquico humano constituído pelo consciente e pelo inconsciente. Esta zona introduzida pelo autor, seria constituída por desejos, pulsões, medos recalcados, e seria produtora de comportamentos e pensamentos. O inconsciente, ao contrário do consciente, não seria acessível pela introspecção. Assim o psíquico humano possuiria duas principais zonas: o consciente e o inconsciente. No entanto, entre estas 2 zonas, existiria o pré-consciente, constituído por material que poderia aceder ao consciente, mas, quando traumatizantes, prejudiciais, seriam impossibilitadas de aceder à consciência pelo processo de recalcamento, mantendo-se no inconsciente. Além disso, Freud veio afirmar a existência duma sexualidade infantil: os desejos e pulsões sexuais seriam o material dominante no inconsciente, e seriam influenciadores no comportamento humano, e, na infância, no processo de formação da personalidade.

Resumo:
Fundador
Freud
Pressuposto
Salienta a influencia determinante do inconsciente para a vida psíquica do ser humano.
Explica o desenvolvimento humano pela evolução da psicossexualidade e , salientando o papel da sexualidade infantil (que, no entanto, não coincide com a noção de sexualidade do senso comum).
Objecto
Aparelho psíquico humano
Objectivo
Compreender como a personalidade do indivíduo se desenvolve
Método
Associação livre de ideia; interpretação dos sonhos; actos falhados; etc.
Contributo
Introduz uma nova concepção de ser humano, dando ênfase aos processos inconscientes e à sexualidade, contrastando  com a noção que prevalecia na época, segundo o qual o ser humano era visto como essencialmente racional e controlava os seus impulsos através da razão.
Atribui à criança uma vivência de sexualidade, alterado profundamente a concepção existente na sexualidade.
Pressupõe a existência de aspectos inatos, para além dos aprendidos.
Introduz uma concepção dinâmica da personalidade. Utiliza métodos subjectivos de simbilização (ex. interpretação de sonhos) 

Críticas à teoria de Lawrence Kohlberg

Existem quatro críticas a esta teoria - duvidas sobre:
- universalidade dos estádios- acusação de elitismo- ignorância da especificidade do desenvolvimento moral das mulheres- desvalorização do papel da emoção e do hábito no processo de desenvolvimento moral


Carol Gilligan critica o facto da teoria de Kohlberg ter sido desenvolvida a partir de um estudo conduzido por uma amostra unicamente de rapazes. São esquecidas a especificidade do desenvolvimento moral das raparigas e a tradução apenas de valores masculinos.
Carol afirma que o nível pós convencional (3º nível) esquece a forma como as mulheres raciocinam sobre as questões morais. Considera que o desenvolvimento moral dos indivíduos deve ir além do reconhecimento das diferenças de género e precisa de incorporar quer o conceito de injustiça quer o conceito de cuidar dos outros, tanto nos homens como nas mulheres, de forma que a maturidade moral seja o resultado da evolução conjunta do que é mais típico no desenvolvimento dos homens e nas mulheres.