sábado, 2 de julho de 2011

Jean Piaget

Jean Piaget foi um biólogo, zoólogo, filósofo, epistemólogo e um psicólogo francês que ficou conhecido pela sua teoria cognitiva. Considerado o grande estudioso da génese e desenvolvimento dos processos cognitivos da criança e o maior contribuidor para a psicologia do desenvolvimento. O seu único modelo teórico continua a dominar a sua investigação e o seu contributo foi uma mais valia para o conhecimento desta ciência.
O cientista suíço revolucionou o modo de encarar a educação de crianças ao mostrar que elas não pensam como os adultos e constroem o próprio aprendizado.
Foi o nome mais influente no campo da educação durante a segunda metade do século 20, a ponto de quase se tornar sinónimo de pedagogia. Não existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio gostava de frisar. Ele nunca actuou como pedagogo. Antes de mais nada, Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente a criança.
Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou epistemologia genética – isto é, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança.
Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida.
“A grande contribuição de Piaget foi estudar o raciocínio lógico-matemático, que é fundamental na escola mas não pode ser ensinado, dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança”.


    Em conclusão, o seu conhecimento elucidava a questão da semelhança entre a adolescência da criança e a do adulto, havendo entre elas algumas diferenças quantitativas.
    Na sua ideologia, a inteligência precede o pensamento, desenvolvendo-se então por etapas progressivas que exigem certos processos de adaptação ao meio.
    Defende uma posição construtiva/interaccionista: as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que interage com o meio, tendo um papel activo no seu próprio desenvolvimento cognitivo.

Alguns conceitos importantes:
Estádios
 Os estádios de desenvolvimento diferem uns dos outros e o conteúdo de cada estádio consiste num sistema fechado que determina a forma como compreendemos e damos sentido às experiências. Deste modo, se pretendermos proporcionar experiências que alimentem e facilitem o desenvolvimento, temos que ter em consideração o sistema intelectual que a criança utiliza num dado momento.
Cada novo estádio representa uma forma de equilíbrio cada vez maior, que permite uma adaptação mais adequada às circunstâncias.

Piaget dividiu o desenvolvimento em quatro estádios:



Estádio Sensório – Motor
(do nascimento até aos 2 anos)

É caracterizado como o período de adaptação ao mundo exterior. Predomina o desenvolvimento das percepções e dos movimentos. Neste estágio a criança não distingue os objectos que a rodeiam.
O desenvolvimento físico é acelerado pois constitui-se no suporte para o aparecimento de novas habilidades, de novos comportamentos. O organismo tem que fazer ajustamentos em função das exigências do meio.
O bebé adquire o conhecimento por meio das suas próprias acções que são controladas por informações sensoriais imediatas.
No fim deste período já compreende a permanência do objectivo.
Este estádio é composto por 6 subestádios sendo estes: o uso de reflexos, as reacções circulares primárias, as reacções circulares secundárias, as reacções circulares coordenadas, as reacções circulares terciárias e a invenção de novos significados para as coisas através de combinações mentais.




Estádio Pré – Operatório
(2-6/7 anos)
É o período da preparação e da organização da inteligência operatória concreta. A criança aprende a representar os objectos por palavras e a manipular as palavras mentalmente. Corresponde ao período pré-escolar e é onde surge o uso da linguagem articulada.
É também caracterizado por consideráveis mudanças físicas.
A maturação neurofisiológica completa-se, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades.
Esta fase é marcada pelo aparecimento da função simbólica, sendo esta a capacidade de criar símbolos para substituir ou representar os objectos e de lidar mentalmente com eles.
A linguagem permite à criança comunicar com os outros, mas isso não acontece tanto devido ao facto da criança ser egocêntrica, usando o monólogo colectivo em vez do diálogo.
Nesta fase, o desenvolvimento do pensamento da criança acelera.
O jogo simbólico também é marcado pelo egocentrismo, pois a criança torna o real no real dos seus desejos, transformando os objectos naquilo que quer. A esta capacidade chamamos realismo.
Este estádio é subdividido em 2 subestádios sendo estes: pensamento simbólico pré-conceptual e o pensamento intuitivo.

Estádio das Operações Concretas
(6/7-11/12 anos)
Começa a ser ultrapassado o egocentrismo do estádio anterior. A criança adquire autonomia em relação ao adulto. O convívio com o sexo oposto diminui.
Desenvolve o pensamento lógico: desenvolve conceitos e é capaz de realizar operações mentais, mas apenas é capaz de o fazer se estiver perante os objectos e/ou situações.
Desenvolve também a noção de conservação da matéria, peso, volume, e desenvolve também a capacidade de fazer seriações e classificações.
A criança começa a ter noção da conservação e da classificação e consegue relacionar mais do que 2 objectos ao mesmo tempo.
Por último, tem a noção da reversibilidade.


Estádio das Operações Formais
(11/12-16 anos)
Aparece um novo tipo de pensamento: o pensamento abstracto, lógico e formal, pelo que a criança já é capaz de resolver problemas sem suporte concreto. Coloca mentalmente as hipóteses deduzindo as consequências à raciocínio hipotético – dedutivo. Consegue avaliar para além do que vê. Surge então o egocentrismo intelectual que leva ao adolescente a considerar que através do seu pensamento pode resolver todos os problemas e que as suas ideias e convicções são as melhores.

O início e o término destes estádios dependem das características biológicas do indivíduo e de factores educacionais e sociais.
Apenas é inata a necessidade de adequação ao meio. Toda a actividade humana é desencadeada por necessidades desencadeadoras de desequilíbrio.

2 comentários:

  1. Esse blog é maravilhoso! Estou no primeiro período do curso de pedagogia e estou estudando sobre Piaget, o blog me ajudou muito1

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