sábado, 2 de julho de 2011

Charles Benedict Davenport

 


Biólogo e zoólogo norte-americano, Charles Benedict Davenport nasceu em 1866, em Brooklyn, e faleceu em 1944. Na escola, Charles Davenport demonstrou, desde cedo, um grande interesse pela ciência e pela engenharia. Entrou na Universidade de Harvard, depois de ter trabalhado durante nove meses como inspector, como era o desejo do seu pai.

Em 1892, doutorou-se em Biologia pela Universidade de Harvard, onde foi professor até 1899. Casou em 1894 com uma zoóloga, que o apoiou sempre na sua carreira e nas suas investigações.
Charles Davenport tornou-se director do Laboratório de Biologia de Cold Spring Harbor, em 1898. Começou por construir um pequeno centro de investigação científica e, em 1904, convenceu a Instituição de Carnegie de Washington a estabelecer um Centro Experimental de Genética e Evolução em Long Island, Nova Iorque, ao lado do Laboratório de Biologia. Em 1910, Charles Davenport funda o Centro Eugénico de Cold Springs, como seu director, mantendo o seu interesse pela genética humana.
O trabalho, em 1866, de Gregor Mendel tinha sido recentemente conhecido e os cientistas procuravam um estudo quantitativo sobre a evolução. Davenport iniciou esta pesquisa que foi totalmente elaborada no seu laboratório, onde adicionou ao conhecimento básico da variação genética, o conceito de hibridação e da selecção natural.
Mas Davenport necessitava de mais informação sobre a evolução humana, e como as experiências com seres humanos estavam fora de questão, começou um projecto a longo prazo onde coleccionava histórias de família de tantas pessoas quanto as que pôde observar. Era pedido a cada sujeito que relatasse histórias sobre as suas famílias e pesquisado até ao fim da lembrança memória das histórias passadas. Acreditou que estudando estes registos de família, poderia seguir traços através das gerações e determinar uma forma matemática, onde poderia predizer a ocorrência de determinados traços. Acreditava que a nacionalidade estava ligada à distribuição de tais traços e que os povos de países diferentes seriam biologicamente diferentes uns dos outros. Estes dados estiveram no centro das suas ideias de sempre sobre a eugenia.
Os asilos superlotados, a ausência de terapêuticas eficazes e as ideias de degeneração tornavam quase todos os psiquiatras interessados nas ideias eugénicas, mas particularmente Davenport. Os eugénicos mostravam-se particularmente interessados nas doenças mentais, embora algumas fossem conhecidas por nomes diferentes, como a "demência precoce", que nós conhecemos por esquizofrenia, e pela idiotia mongolóide, agora denominada síndroma de Down. A debilidade mental era considerada a doença mental mais importante pelos eugénicos, e juntamente com baixo quociente de inteligência eram associadas a conduta anormal, promiscuidade, criminalidade e dependência social.

Os eugénicos "temiam" estes débeis mentais, porque podiam passar por normais e procriar com pessoas normais. Este foi o caso de Martin Kallikak, um homem normal que procriou com uma moça atraente, mas de mente fraca e gerou uma prole corrupta. Davenport teve reconhecimento da comunidade científica com o estudo desta família.
De acordo com Davenport, no seu livro mais ilustre, Heredity in Relation to Eugenics, de 1911, dizia: "O programa geral de eugenia é claro: pretende-se melhorar a raça, induzindo os jovens a seleccionar melhor os seus parceiros no casamento, para se apaixonarem de uma forma inteligente. Inclui, também, o controlo do Estado sobre a propagação de doenças mentais incapacitantes. Isto não implica a destruição dos que não se encaixam antes ou depois do nascimento, implica sim a possibilidade de esterilização das pessoas mais frágeis e fracas de espírito".

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